Decidi criar este blog, para usá-lo como ferramenta onde poderei “documentar” o projeto que venho desempenhando há quase um ano nas comunidades cariocas pacificadas pelas Unidades de Polícia Pacificadoras.
Em outubro, o projeto completará um ano na comunidade da Providência, onde eu o iniciei, mas é interessante dizer que ele foi criado muito, muito antes de eu sequer começar a estudar o curso de Pedagogia na UERJ, em 2008.
Eu sempre gostei de crianças, e o mundo da fantasia sempre fez parte da minha vida, como parte de mim, como parte do que eu sou. Quando descobri o teatro e comecei a fazer peças infantis, conheci um mundo novo e partir dele, tudo mudou.
Depois de ter a experiência de ser mãe, optei por estudar o curso de Pedagogia e me dedicar à área da educação, sempre utilizando o lúdico não só como ferramenta mas também como prerrogativa educacional dos pequeninos.
Meu marido insiste em dizer que têm pessoas que nascem propostas a fazerem boas ações e outras simplesmente nunca farão como se algo além da boa vontade as impossibilitassem. Como se apenas se tornasse voluntário quem nasceu para sê-lo. Eu não acredito nisso. Ser voluntário não é simplesmente decidir ser. É ter boa vontade de doar parte do seu tempo em fazer algo bom que não seja para você, que não te dê retorno. É querer ser agente social de transformação da nossa comunidade, do nosso bairro, e quem sabe até do nosso mundo.
Hoje, o projeto contempla muitas outras comunidades além da Providência. Ele ocorre duas vezes ao mês, na maioria delas aos sábados. Todo o material utilizado no mesmo é custeado por mim, como as perucas, vestidos, livros e etc. E seu Deus quiser, muito em breve, receberei um patrocínio (está quase certo), assim poderei comprar lanche, livros e o material necessário para dar continuidade ao projeto e fazê-lo crescer.
Uma pessoa foi essencial para que eu pudesse colocar o Projeto Borboletinha em prática, e essa pessoa se chama Glauco Schorcht, ele é capitão da Polícia Militar e atual comandante da UPP da Providência. Foi para ele que eu apresentei o projeto, já com toda a estrutura pronta para coloca-lo em prática e ele me deu o sim e me ajudou a fazê-lo acontecer.
Com o tempo, a FIRJAN chegou às UPPs e começou a mudar toda a estrutura física das mesmas, trazendo também muitos cursos e pessoal capacitado para trabalhar em prol dos moradores das comunidades.
Através da FIRJAN, eu conheci a Patrícia, uma bibliotecária muito inteligente e dedicada que vem me dando muito suporte e facilitando a minha entrada em novas comunidades.
O que o Glauco, a Patrícia e eu fazemos, vai além de dar suporte, alegrar as tardes e incentivar a leitura das crianças, muitas delas demonstram carência em coisas básicas como carinho e atenção.
O meu projeto não foi criado para mudar o mundo ou mudar as crianças. Não vai dar uma condição de vida melhor para elas e talvez não mude muita coisa ou quase nada na vida das mesmas, mas eu acredito que faça alguma diferença. Se fizer pelo menos a uma criança, ele já está sendo efetivo em seu propósito.